Menos conhecido e menos frequente que o “El Niño”, o “La Niña” é um fenômeno natural que resfria as águas do oceano Pacífico e produz mudanças na dinâmica atmosférica. Assim como o primeiro, também pode impor um padrão distinto de comportamento climático em todo o mundo.
O último episódio do “La Niña” atinge agora seu pico e, segundo estudiosos, pode se estender até o meio deste ano. Seus primeiros efeitos, avaliados como sendo de intensidade moderada a forte, começaram a ser percebidos em meados de 2010.
O fenômeno pode ser o responsável por inundações na Austrália e nas Filipinas, onde dez pessoas morreram desde o início deste mês.
As chuvas torrenciais que mataram centenas de pessoas na Venezuela e na Colômbia, em novembro e dezembro, também são reflexos do “La Niña”. A inundação no Paquistão, em agosto do ano passado, encaixa-se nos efeitos do fenômeno.
Naquele país, os reflexos do “La Niña” foram particularmente ruins. Na região, o “La Niña” foi imediatamente seguido pelo “El Niño”, que tende a deixar as temperaturas no oceano Índico mais altas que o normal.
O ar mais quente contém mais vapor de água e assim pode produzir mais chuva.
“Os padrões altos de precipitação do “La Niña”, aliados ao calor após o “El Niño”, ajudam a explicar por que as inundações no
Paquistão foram tão devastadoras”, diz o especialista Kevin Trenberth, do Centro Americano para Pesquisa Atmosférica.
Mares mais quentes na Austrália também podem explicar a dimensão das atuais inundações.
Anthony Skerman/AP | ||
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Marsupial fica ilhado durante enchente na cidade australiana de Dalby, no Estado de Queensland |
Devido ao aquecimento das águas, as inundações, em associação ao “El Niño”, devem se agravar em breve. E esses não são os únicos danos que o fenômeno pode causar. Nos próximos meses, a corrente “La Niña” pode fazer mais vítimas em outras partes do mundo.
De acordo com um estudo da Cruz Vermelha e do Instituto Internacional de Pesquisas de Clima e Sociedade, chuvas fortes podem ser esperadas no norte da América do Sul e no sudoeste da África nos próximos dois meses.
Em fevereiro de 2000, as enchentes devastadoras em Moçambique, na África, ocorreram exatamente quando o “La Niña” estava próximo do seu pico.
UPDATE:
GENEBRA (Reuters) – O fenômeno climático conhecido como La Niña, responsabilizado por enchentes na Austrália e estiagens em regiões da América Latina, deve continuar presente no primeiro trimestre de 2011, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira 25 de janeiro.
O La Niña, que esfria o Oceano Pacífico, poderá até mesmo continuar durante abril e o início de maio, afetando ainda mais o clima ao redor do mundo, disse a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) em seu mais recente relatório.
“Quase todos os modelos de meteorologia predizem uma continuidade do La Niña atual por pelo menos nos próximos dois a quatro meses, ao longo do primeiro trimestre de 2011 e possivelmente até o segundo trimestre (abril ou início de maio),” disse a OMM.
“A força do evento provavelmente diminuirá durante os próximos quatro meses,” acrescentou.
O La Niña começou em junho passado depois de um El Niño forte no Oceano Pacífico -o fenômeno climático natural oposto, associado a águas mais quentes que o normal.
Em termos de efeitos na atmosfera -pressão no nível do mar, ventos mais fortes e menos nuvens-, o La Niña atual é “um dos mais fortes do século,” de acordo com a OMM.
No entanto, em termos dos efeitos sobre os oceanos, o fenômeno é classificado como entre moderado e forte. Ele provoca temperaturas na superfície do mar em média por volta de 1,5 grau Celsius menor do que o normal no Pacífico tropical central e oriental.
“Sabemos que, mesmo que se o La Niña enfraquecer nos próximos meses, os impactos provavelmente continuarão em regiões normalmente influenciadas por esse fenômeno,” disse o especialista da OMM Rupa Kumar Kolli num comunicado à imprensa.
“O maior impacto que testemunhamos nas últimas semanas foi o das enchentes devastadoras na Austrália.”
“O La Niña não é associado apenas a enchentes; é também associado a secas em algumas regiões do mundo, em especial na América do Sul, nas regiões costeiras, particularmente na costa oeste do Peru e do Equador e nas áreas próximas,” disse Kolli.
Alguns impactos, entretanto, foram incomuns, como as enchentes no Sri Lanka e no Brasil, onde as condições dos Oceanos Atlântico e Índico podem ter exercido influência, afirmou ele.
SAND-RIO
One Comment
isso explica bem mais, kkkkkkkkkkkkkkkk retardados. cheire na direita que esfria, cheire na esquerda que esquenta, cheire dos 2 faz chover, tempestades, furacoes, .http://www.dsmota1.blogspot.com.br po