Ontem, 20 de abril, foi a data de lançamento oficial do novo livro do Dr. Roy W. Spencer, Ph. D., intitulado “The Great Global Warming Blunder: How Mother Nature Fooled the World’s Top Climate Scientists”, ou, traduzindo, O Maior Erro do Aquecimento Global: Como a Mãe Natureza Enganou os Maiores Cientistas do Clima, publicado pela Encounter Books.
Cerca da metade dos “blunders” é uma descrição não técnica de uma nova pesquisa de revisão que em breve será publicada e que apoia a opinião que a maioria dos norte americanos já possui: a de que o aquecimento nas últimas décadas deve-se principalmente a um ciclo natural no sistema climático – e não a um aumento do dióxido de carbono na atmosfera devido à queima de combustíveis fósseis.
Acredite ou não, esta explicação potencialmente natural para o aquecimento recente nunca foi seriamente investigada pelos cientistas do clima. O principal motivo de terem ignorado essa possibilidade é que eles não conseguem pensar em como poderiam tê-la causado.
Como se vê, os pesquisadores do clima são bastante míopes. Eles pensam que a única maneira através da qual a temperatura média global poderia sofrer mudanças seria que o sistema climático viesse a ser forçado “externamente”… por mudanças na atividade do Sol, ou por uma grande erupção vulcânica. Estes são eventos que eventualmente ocorrem e que são externos à operação interna normal do sistema climático.
Mas o que eles têm ignorado é o potencial que o sistema climático possui para fazer a sua própria mudança climática. A mudança climática é simplesmente o que o sistema faz a si mesmo, devido ao seu complexo, dinâmico e caótico comportamento interno.
Parece que o público em geral entende instintivamente a possibilidade de que existam ciclos climáticos naturais. Infelizmente, são os “especialistas” do clima que têm dificuldade em apreender esse conceito. É por isso que o Dr. Spencer está lançando a sua versão para o público neste livro. Ele acredita que a comunidade científica do clima há muito tempo tomou a bifurcação errada na estrada, e teme que talvez possa ser tarde demais para eles voltarem atrás.
Nuvens: guarda-sol da natureza
A maneira mais óbvia para o aquecimento ser causado naturalmente é que as pequenas flutuações naturais nos padrões de circulação dos oceanos e da atmosfera resultem, por exemplo, em 1 ou 2% de diminuição na cobertura global das nuvens. As nuvens são o guarda-sol da Terra, e se a cobertura de nuvens sofrer mudanças, por qualquer motivo, você tem aquecimento global – ou resfriamento global.
Como poderiam os peritos ter faltado a uma explicação tão simples? Porque eles se convenceram de que apenas uma mudança de temperatura pode causar uma alteração da cobertura de nuvens, e não o contrário. A questão é uma das causas. Eles não têm sido responsáveis por mudanças das nuvens, provocando mudanças de temperatura.
Os peritos simplesmente misturam causa e efeito, ao observar como as nuvens e as temperaturas variam. O livro revela uma maneira simples para determinar a direção da causalidade a partir de observações de satélite da temperatura média global e das variações de nuvens. E essa nova ferramenta deve mudar fundamentalmente o modo como vemos o sistema climático.
O livro também aborda um segundo erro fundamental, que é o resultado de ignorar o efeito das variações das nuvens sobre a temperatura natural: resulta na ilusão de que o sistema climático é muito sensível. Os especialistas afirmam que o nosso sistema climático é muito sensível, e que então as nossas emissões de dióxido de carbono são tudo o que é necessário para explicar o aquecimento global. Não há necessidade de procurar explicações alternativas.
Mas o livro mostra que os especialistas têm-se fundamentado apenas em um círculo sobre o assunto. Quando interpretadas corretamente, as nossas observações de satélites realmente revelam que o sistema é bastante insensível. E um sistema climático insensível significa que a natureza não se importa se você viaja de avião, ou quantos hambúrgueres e bifes você come.
Dióxido de carbono: amigo ou inimigo?
A suposta explicação de que o aquecimento global é devido ao aumento do dióxido de carbono na atmosfera a partir da queima de combustíveis fósseis acaba por ser baseada em pouco mais que provas circunstanciais. Em parte, é um sintoma do nosso entendimento primitivo de como funciona o sistema climático.
Ele prevê que o tratamento prescrito para o aquecimento global – a redução das emissões de gases estufa – um dia vai parecer tão antiquado quanto o uso de sanguessugas para curar algumas doenças humanas.
No entanto, apesar do fato de que o conhecimento científico está em contínua mutação, é cada vez mais evidente que os políticos não vão deixar que pequenas coisas, tais como fatos, entrem em seu caminho. Por exemplo, um novo projeto de relatório sobre as mudanças climáticas foi liberado pelos EUA anteontem (19 de abril), e diz: “O aquecimento global é inequívoco e principalmente induzido pelo homem… A temperatura global tem aumentado nos últimos 50 anos. Esse aumento é devido principalmente às emissões produzidas pelo homem de Gases de Efeito Estufa”.
Como se vê, o trem deixou a estação do legislativo há muitos anos, e nenhuma quantidade de ciência nova irá retardá-lo ou fazer com que ele deixe de acelerar em direção ao seu destino final: forçar a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa.
Mas no livro, o Dr. Spencer escreve o que outros cientistas deveriam ter a coragem de admitir: que colocar um pouco mais de CO2 na atmosfera talvez possa ser uma coisa boa. Dado que é necessário para a vida na Terra, a quantidade de CO2 na atmosfera é surpreendentemente pequena. Nós já sabemos que a natureza devora 50% do que a humanidade produz, não importa o quão rápido se produz. Assim, é lógico pensar na possibilidade de que a natureza – que a vida na Terra – está realmente carente de dióxido de carbono.
Isso deve lhe dar uma idéia dos principais temas do novo livro. O autor não tem qualquer ilusão de que o livro vai resolver o debate científico sobre o aquecimento global.
Pelo contrário – está esperando que o debate finalmente comece.
SAND-RIO